Como a conexão emocional seria capaz de gerar projetos mais acolhedores para os grupos minorizados? Qual o impacto da tecnologia na concepção das cidades e dos lares? Como a arquitetura e o design podem melhorar o bem-estar e elevar a autoestima das pessoas? Esses e outros questionamentos fazem parte da conversa com o arquiteto, urbanista e designer Guto Requena realizada pelo Betoneira Podcast.
A conversa começa com o tema do programa Queer Eye Brasil, que estreou no final de agosto na Netflix. Guto é um dos cinco apresentadores, chamados de "fabulosos", que ajudam a transformar e dar um novo significado às jornadas de pessoas que estão precisando de uma repaginada em seu visual e estilo de vida.
A casa é um reflexo do nosso estado de espírito. A gente pode dizer quem é uma pessoa só de olhar para fotos da casa dela. Mas, de modo geral, o brasileiro acha que arquitetura e design é coisa para pessoas ricas. Por isso, desde que eu me formei, eu defendo a popularização da discussão, o diálogo da arquitetura. Trazer a arquitetura para a televisão, para podcasts como o de vocês, para revistas... — Guto Requena
Guto também falou sobre a importância do uso das tecnologias na hora de projetar e frisou que quando elas são acrescidas do poder da afetividade e da empatia, a gente tem um ingrediente fundamental para falar de futuro.
Se a gente quiser sobreviver enquanto espécie humana, para mim é com a fusão desses dois pilares: tecnologia mais afeto.
O arquiteto explicou também o núcleo especial que existe no Estúdio Guto Requena, chamado Juntxs, que é um laboratório para estudos de Empatia, Design e Tecnologia, em que eles concebem instalações imersivas e experiências interativas. Guto destacou trabalhos como "Meu coração bate como o seu", "Me conta um segredo", "Criatura de luz", entre outros.
Eu sempre defendi que o arquiteto que desenha quarto, sala, cozinha, está fadado a acabar. A gente tem que desenhar as atividades que acontecem dentro de uma casa. Quando eu desenho o morar, o trabalhar, o receber amigos, o cozinhar, eu estou desenhando uma casa muito mais ampla, flexível e convidativa. Eu sempre tento trazer isso para os meus projetos.